quarta-feira, 30 de setembro de 2009

27 VIDA SOCIAL DOS DESENCARNADOS

- Como se apresenta a vida social dos Espíritos desen­carnados?
- No Plano Espiritual imediato à experiência física, as sociedades humanas desencarnadas, em quase dois terços, per­manecem naturalmente jungidas, de alguma sorte, aos interesses terrenos.
Egressas do próprio mundo em que se lhes tramam os elos da retaguarda, quando não se desvairam nas faixas infer­nais, igualmente imanizadas ao Planeta de que se originam, trabalham com ardor, não só pelo próprio adiantamento, como também no auxílio aos que ficaram.
Naturalmente as almas que constituem a percentagem a que nos referimos, distanciadas ainda do aprimoramento ideal, procuram aperfeiçoar em si mesmas as qualidades nobres menos desenvolvidas, buscando clima adequado que lhes favoreça o trabalho.
Convictas de que tornarão à Terra para a solução dos pro­blemas que lhes enevoam ou afligem o campo íntimo, situam-se em tarefas obscuras, junto aos semelhantes, encarnados ou de­sencarnados, quando se reconhecem vitimadas pela vaidade ou pelo orgulho que ainda lhes medram no seio, e localizam-se em aprendizados valiosos da inteligência, em se vendo inábeis para os serviços especializados do pensamento, não obstante os ta­lentos sentimentais que já entesourem consigo.
Quase todas, no entanto, obedecem aos ditames do amor ou do ideal que lhes inspiram a consciência.
Aglutinam-se em verdadeiras cidades e vilarejos, com es­tilos variados, como acontece aos burgos terrestres, característi­cos da metrópole ou do campo, edificando largos empreendimentos de educação e progresso, em favor de si mesmas e a be­nefício dos outros.
As regiões purgativas ou simplesmente infernais são por elas amparadas, quanto possível, organizando-se aí, sob o seu patrocínio, extensa obra assistencial.
No plano físico, a equipe doméstica atende à consangüini­dade em que o vínculo é obrigatório, mas, no plano extrafísico, o grupo familiar obedece à afinidade em que o liame é espontâ­neo.
Por isso mesmo, na esfera seguinte à condição humana, temos o espaço das nações, com as suas comunidades, idiomas, experiências e inclinações, inclusive organizações religiosas tí­picas, junto das quais funcionam missionários de libertação mental, operando com caridade e discrição para que as idéias renovadoras se expandam sem dilaceração e sem choque.
Com esses dois terços de criaturas ainda ligadas, desse ou daquele modo, aos núcleos terrenos, encontramos um terço de Espíritos relativamente enobrecidos que se transformam em condutores da marcha ascensional dos companheiros, pelos mé­ritos com que se fazem segura instrumentação das Esferas Su­periores.

Uberaba, 14/5/58.

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