quarta-feira, 30 de setembro de 2009

ATIVIDADE RELIGIOSA


— Estabelecido, porém, o princípio de justiça e aflorando a mentação incessante, o ho­mem começou a examinar em si mesmo o efeito das próprias ações, de modo a crescer, conscientemente, para a sua desti­nação de filho de Deus, herdeiro e colaborador da Sua Obra Divina.

Espicaça-se-lhe, então, a curiosidade construtiva.
Faminto de elucidações adequadas quanto ao próprio caminho, ergue as antenas mentais para as estrelas, recolhen­do os valores do espírito que lhe consubstanciam o patrimônio de revelações do Céu, através dos tempos.

Era necessário satisfazer ao acrisolamento do seu veí­culo sutil, na essência íntima, assegurar-lhe o transformismo anímico, revesti-lo de luminosidade e beleza e apurar-lhe os princípios para que, além do angusto círculo humano, pudes­se retratar a glória dos planos superiores.

Para isso, o pensamento reclamava orientação educati­va, de modo a despojar-se da espessa sedimentação de ani­malidade que lhe presidia os impulsos.

Exigia-se-lhe a depuração da atmosfera vital, impres­cindível à assimilação da influência divina.

E a atividade religiosa nasceu por instituto mundial de higiene da alma, traçando ao homem diretrizes à nutrição psí­quica, de vez que, pela própria perspiração, exterioriza os produtos que elabora na usina mental, em forma de eflúvios eletromagnéticos, nos quais se lhe corporificam, em movi­mento, os reflexos dominantes, influenciando o ambiente e sendo por ele influenciado.

A ciência médica, rica de experimentação e de lógi­ca, surgiria para corresponder às necessidades do corpo fí­sico, mas a tarefa religiosa viria ao encontro das civiliza­ções, plena de inspiração e disciplina, patrocinando a orientação do corpo espiritual, em seu necessário refinamento.

ENXERTO REVITALIZADOR


— Nesse sentido, a Es­piritualidade Sublime, amparando o homem, jamais lhe menos­prezou a sede de consolo e esclarecimento.

Quando mais angustiosos se lhe esboçavam os problemas da dor, com a guerra Íntima entre a razão e a animalidade, gran­de massa de Espíritos ilustrados, mas decaldos de outro sistema cósmico, renasceu no tronco genealógico das tribos terrestres, qual enxerto revitalizador, embora isso representasse para eles amarga penitência expiatória.
Constituiu-se desse modo a raça adâmica, instilando no homem renovadas noções de Deus e da vida. (9)

(9) Para mais amplo esclarecimento do assunto, aconselhamos ao lei­tor breve consulta ao Capítulo 3º do livro “A Caminho da Luz”, de autoria do Espírito Emmanuel e recebido mediunicamente por Francisco Cãndido Xa­vier. — (Nota da Editora.)

Levantam-se organizações religiosas primordiais.
Povos nômades e agrupamentos escravizados ao solo por extremado gregarismo adotaram as mais estranhas formas de fé, a se emoldurarem por barbárie natural, através de intercambio fragmentário com o plano extrafísico.

Os Espíritos exilados, presos à rede organogênica em que se lhes tecia o cárcere, no carro biológico, ainda profundamente primitivista, muita vez revoltados e endurecidos, aliavam-se às tabas selvagens, em cultos sanguinários e indescritíveis, desvai­rando-se nos mais aviltantes espetáculos de crueldade, em nome dos deuses com que fantasiavam as entidades inferiores do seu convívio doméstico.

Alguns deles, no entanto, movidos de compunção, entra­ram em fervoroso arrependimento das culpas contraídas no mundo aprimorado de que provinham, e, não obstante os emba­raços que se Lhes antepunham aos sonhos de recuperação, co­meçaram instintivamente a formar núcleos isolados para o culti­vo de meditações superiores, em sagrados tentames de elevação.

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