quarta-feira, 30 de setembro de 2009

RELIGIÃO EGIPCIANA


— Depois de longos e porfia­dos milênios de luta espiritual, surgem no mundo, como grupos por eles organizados, a China pré-histórica e a Índia vêdica, o antigo Egito e civilizações outras que se perderam no abismo das eras, nos quais a religião assume aspecto enobrecido como ciência moral de aperfeiçoamento, para mais alta ascensão da mente humana à Consciência Cósmica.
Dentre todos, desempenha o Egito missão especial, orga­nizando escolas de iniciação mais profunda.
Em obediência aos requisitos da crença popular, herdeira intransigente das fixações mitológicas, mantêm o sacerdócio cultos diversos a deuses vários, nas manifestações esotéricas dos templos descerrados ao povo.
O lar e a escola, a agricultura e o comércio, as indústrias e as artes possuem gênios especiais que os presidem, em nome da convicção vulgar, mas, na intimidade do santuário, o monoteís­mo dirige a implantação da fé.
A unidade de Deus é o alicerce de toda a religião egipcia­na, em sua feição superior.
Para ela, os atributos divinos são a vontade sábia e pode­rosa, a liberdade, a grandeza, a magnanimidade incansável, o amor infinito e a imortalidade.
Em síntese, acredita que Deus plasmou os seus próprios membros, que são os deuses conhecidos. Cada um desses deu­ses secundários pode ser tomado como sendo análogo ao Deus Único, e cada um deles pode formar um tipo novo do qual se ir­radiam por sua vez, e pelo mesmo processo, Outros tipos de deuses inferiores.
Claro está que essa argumentação teológica, distanciada de mais altos roteiros da evolução, imaginava erroneamente po­tências espirituais centralizadas no Criador Excelso, quando só Deus tem a faculdade de verdadeiramente criar, mas o conceito expressa, em sentido lato, a solidariedade constante e inevitável que existe em todas as vidas de que se constitui a família do Su­premo Senhor em todo o Universo.

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