quinta-feira, 24 de setembro de 2009

38 EVOLUÇÃO E DESTINO


— O mal está determinado no conteúdo do nosso desti­no?
— Ninguém nasce destinado ao mal, porque semelhante disposição derrogaria os fundamentos do Bem Eterno sobre os quais se levanta a Obra de Deus.
O Espírito renascente no berço terrestre traz consigo a provação expiatória a que deve ser conduzido ou a tarefa reden­tora que ele próprio escolheu, de conformidade com os débitos contraídos.
Prevalece aí o mesmo princípio que vige para as socieda­des terrestres, pelo qual, se o homem é malfeitor confesso, deve ser segregado em estabelecimento correcional adequado para a reeducação precisa, e, se é apenas aprendiz no campo da expe­riência, com dívidas e créditos, sem falta grave a resgatar, é jus­to possa pedir às autoridades superiores, que lhe presidem os movimentos, o gênero de trabalho ou de luta em que se sinta mais apto ao serviço de auto-aperfeiçoamento. Entendamos, po­rém, que, se perpetrou delito passível de dolorosa punição, não é ele internado na penitenciária ou no trabalho reparador para que se desmande, deliberadamente, em delitos maiores, o que apenas lhe agravaria as culpas já formadas perante a Lei.
É natural que o devedor, nessa ou naquela forma de resga­te, venha a sofrer fortes impulsos e recidivas no erro em que fa­liu, tanto maiores quão mais extenso lhe tenha sido o transviamento moral; entretanto, a provação deve ser assimilada como recurso de emenda, nunca por válvula de expansão das dívidas assumidas.
Desse modo, ninguém recebe do Plano Superior a deter­minação de ser relapso ou vicioso, madraço ou delinqüente, com passagem justificada no latrocínio ou na dipsomania, no meretrício ou na ociosidade, no homicídio ou no suicídio, Pade­cemos, sim, nesse ou naquele setor da vida, durante a recapitu­lação de nossas próprias experiências, o impulso de enveredar por esse ou aquele caminho menos digno, mas isso constitui a influência de nosso passado em nós, instilando-nos a tentação, originariamente toda nossa, de tornar a ser o que já fomos, em contra-posição ao que devemos ser.
— Qual a relação percentual de tempo existente entre os estágios que o Espírito de elevação mediana vive como encarnado e como desencarnado?
— A percentagem de tempo no plano espiritual para as criaturas de evolução mediana varia com o grau de aproveita­mento de tempo no estágio recente que desfrutaram no corpo físico.
Quão mais vasta a provisão de conhecimento e maior a aquisição de virtudes, por parte do Espírito, mais largo período desfruta na Esfera Superior para obtenção de mais nobres recur­sos para mais alta ascensão.
— Poderíamos identificar algum elo da evolução que existe no Plano Extrafísico e que é desconhecido na Ter­ra?
— Além do plano físico, a investigação humana encontra­rá material valioso de observação para elucidar os variados pro­blemas concernentes à evolução do ser.
- Ainda, na atualidade, os instrutores Espirituais inter­vêm na melhoria das formas evolutivas inferiores nas quais o princípio inteligente estagia?
- Sim, porque todos os campos da Natureza contam com agentes da Sabedoria Divina para a formação e expansão dos valores evolutivos.
- Dentre todos os animais superiores, abaixo do homem, qual é o detentor de mais dilatadas idéias-fragmen­tos?
- O assunto demanda longo estudo técnico na esfera da evolução, porque há idéias-fragmentos de determinado sentido mais avançadas em certos animais que em outros. Assim, da assim, nomearemos o cão e o macaco, o gato e o elefante, o muar e o cavalo como elementos de vossa experiência usual mais amplamente dotados de riqueza mental, como introdução ao pensa­mento contínuo.
(figura - quadro de Van Gogh)

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